Radio Club - Sistema Clube de Comunicação: 96 anos de evolução
O dia 23 de dezembro é um marco para a radiodifusão brasileira: fundação, em 1924, da Radio Club, a primeira estação de rádio de Ribeirão Preto e do interior do Estado de São Paulo; a terceira emissora de rádio a operar regularmente no Estado de São Paulo e a sétima emissora do Brasil. A oficialização do Radio Club, realizada no “palácio do Sr. cel. Francisco Maximiniano Junqueira”, reuniu comerciantes, profissionais liberais e intelectuais. O primeiro “estúdio” da Club foi instalado na “Casa São Benedicto”, loja especializada em artigos de couro de José Cláudio Louzada, na Rua General Osório, 123-A. Foi um longo período com transmissões alternadas, diversificadas nas temáticas, entre conteúdos culturais, sociais e serviços. Determinado a colocar no ar uma estação de rádio com melhor qualidade sonora e maior potência, Louzada procurou José da Silva Bueno, professor de Franca, que realizava pesquisas com telegrafia, radiotelegrafia e radiodifusão sonora. Bueno mudou-se para Ribeirão, foi conduzido ao cargo de diretor técnico, passando a integrar a diretoria do Radio Club. Os dois senhores criaram a empresa Louzada, Bueno & Cia especializada em radiodifusão sonora, responsável por importantes inovações no segmento: no dia 10 de maio de 1938, a firma Louzada, Bueno & Cia. colocou no ar a PRH-7, a primeira estação brasileira de ondas curtas e no dia 28 de janeiro de 1956 inaugurou o “Palácio do Rádio”, o primeiro edifício do Brasil feito exclusivamente para abrigar uma emissora de rádio. Em 1979, os irmãos José Inácio Pizani e Paulo Pizani, em sociedade com Demétrio Luiz Pedro Bom (1980) assumiram as rádios Clube AM e Clube FM (entrou no ar em 1976) e constituíram o Sistema Clube de Comunicação. Era o início de uma nova fase do rádio de Ribeirão Preto, com a inauguração da “Casa da Clube”, na Avenida 9 de Julho, renovação da programação, investimentos em profissionais, tecnologia e marketing. É um pequeno fragmento da história da Rádio Clube, fundamental na integração e desenvolvimento de Ribeirão Preto e toda a região, no fomento das atividades econômicas, políticas e culturais. Aqui vale lembrar os programas de auditório, com orquestras e conjuntos musicais ao vivo, das apresentações dos principais cantores e cantoras do cenário nacional, dos programas jornalísticos, do “Centro de Debates Culturais”, do público que lotava o Multicolorido Auditório. Mais detalhes desta história fantástica e muitas imagens você encontra no livro “PRA-7: a primeira rádio do interior do Brasil”, de Gil Santiago, André Luís Rezende. 2. ed., 2014. Texto: Gil Santiago